Os versos da singela beleza do cotidiano - Tomo Literário

Os versos da singela beleza do cotidiano

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O cotidiano ganha vida nas palavras do poeta contemporâneo, advogado e catarinense Mauro Felippe

“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Em 1928, estas palavras de Carlos Drummond de Andrade eram publicadas na Revista de Antropofagia. Entre críticas e elogios, o poeta entrou para o nome dos grandes mestres da poesia moderna brasileira. Sua maneira profunda e inspiradora de se expressar, assim como também o tom sarcástico e irônico de retratar as inquietações humanas, serviram de inspirações para o também poeta urussanguense Mauro Felippe compor suas obras. Ele incluiu, até mesmo, um carinhoso poema em homenagem ao autor em seu livro de estreia Nove, intitulada “Ao mestre Drummond”.

Além do brasileiro, Mauro também tem inspiração em renomados nomes internacionais como o de Florbela Espanca e Sócrates. O trabalho de tais personalidades, dentre outras, ajudou-o a trilhar um caminho de autoconhecimento e na criação de seu estilo próprio de escrita, que discute temas variados de forma forte e única. A linguagem forte usada pelo autor realça ainda mais os pensamentos entusiásticos utilizados em seu trabalho.

Em 2014, ao chegar nos 21 anos de carreira ininterrupta como Advogado, Mauro resolveu mudar, vivenciar outras experiências e trazer novos ares à sua vida. Apesar de ter começado a escrever aos 16 anos, Mauro nunca chegara a levar seu trabalho poético adiante. Mas, depois de anos trabalhando como advogado ele decidiu que era o momento de resgatar sua poesia, e colocar suas intensas palavras no papel.

O reconhecimento veio por artistas de renome. O Jornalista e Escritor Fernando Jorge, Letícia Sabatella, Ana Decker e muitos outros, captaram com as obras a verdade por trás das palavras de Mauro. O prefaciador de Nove, Sergio Magrão, compositor e baixista das bandas 14 Bis e O Terço, confirma com as palavras “São escritos para todos os momentos, que provocam no leitor as mais variadas reações, desde simples descontração à profundas emoções, reflexões complexas e deleite espiritual”.

Autor de diversas obras, Nove foi a primeira publicação do poeta. No livro, Mauro aborda questões cotidianas e do comportamento humano de forma lírica e crítica. Com ilustrações intensas e coloridas criadas por Rael Dionisio, suas reflexões ganham tons policromáticos e vivos, angariando ainda mais força às suas palavras.

Nove resgata apenas uma das poesias produzidas por Mauro na adolescência, mas é composto principalmente por textos criados já em sua fase adulta com um tom maduro e realista do mundo.

Com 400 páginas de conteúdo escrito e ilustrado, o leitor pode se aventurar no mundo de Mauro, com suas quase 200 poesias e crônicas só neste livro, que página após página apresentam uma visão detalhista, crítica e peculiar do cotidiano da sociedade.

Finjo entender aquilo
A conversa vazia
Inescrupulosa - sem nexo.
Diálogo desconexo
Pretensioso
Crítico – maldoso.
Finjo ainda ser ouvinte convicto
Esbarrando nas tradições
Porém – sem desligar – me.

Seja para mandar embora o estresse da semana, refletir sobre o mundo ou apenas se deliciar com a cativante escrita do advogado catarinense Mauro FelippeNove é o tipo de obra que vale a leitura e encanta com sua sutileza sobre os dilemas do dia a dia.

Sobre o autor:

Natural de Urussanga/SC, o advogado Mauro Felippe já chegou a cursar Engenharia de Alimentos antes de se decidir pela carreira em Direito. Autor das coletâneas poéticas Nove, Humanos, Espectros e Ócio, já preencheu diversos cadernos em sua infância e adolescência com textos e versos, dos simples aos elaborados (a predileção pelo segundo evidente em sua escrita). As temáticas de suas obras são extraídas de questões existenciais, filosóficas e psicológicas que compreende no dia a dia, sendo que algumas advém dos longos anos da advocacia, atendendo a muitas espécies de conflitos e traumas. Por fim, pretende com a literatura viver dignamente e deixar uma marca positiva no mundo, uma prova inequívoca de sua existência como autor. Participante assíduo de feiras literárias, já esteve como expositor na Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2016 e Bienal Internacional do Livro do Rio 2017.

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