Sagarana e Manuelzão e Miguilim tem novas edições lançadas pela Global Editora - Tomo Literário

Sagarana e Manuelzão e Miguilim tem novas edições lançadas pela Global Editora

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Em junho a Global Editora anunciou que adquiriu os direitos de grande parte das obras de João Guimarães Rosa. O autor é considerado por muitos, um dos maiores ficcionistas da literatura universal. 

Num cuidadoso trabalho com o texto do autor, levando em consideração as últimas edições em vida de seus títulos, a Global já reeditou Saganara e Miguelzão e Miguilim. Todas as edições dos livros na Global, além de novas capas, contarão com novos textos de apresentação e cronologia do autor. Há ainda textos já veiculados em outras publicações que procuram abordar cada título em específico.


Sobre Sagarana

O livro que marcou a estreia de Guimarães Rosa na literatura brasileira.

Sagarana traz cenários e personagens típicos do interior do país, mais especificamente do sertão de Minas Gerais. Morros, riachos, jagunços, vaqueiros, bois e cavalos povoam as páginas das estórias magistralmente construídas por Guimarães Rosa, cuja habilidade para criar enredos e protagonistas diversos e repletos de detalhes encanta leitores até hoje e permanece influenciando gerações e gerações de escritores.

A linguagem inventiva de Sagarana é outro aspecto que distinguiria para sempre o autor no campo da literatura brasileira. Ao mesmo tempo em que incorpora fragmentos essenciais da oralidade sertaneja, pescando regionalismos e recuperando antigas expressões de linguagem do sertão, Rosa inova com a criação de neologismos cuidadosamente lapidados.

Dentre os nove contos que fazem parte do livro, destacam-se os célebres “A hora e vez de Augusto Matraga”, “Conversa de bois” e “O burrinho pedrês”. Em que pese as narrativas terem como espaço o ambiente sertanejo, o leitor perceberá que os dilemas apresentados por suas personagens ultrapassam naturalmente a dimensão local, refletindo dramas e vivências que se mostram universais.

Esta edição traz um texto de apresentação de autoria de Walnice Nogueira Galvão, professora emérita de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo (USP) e grande especialista na obra rosiana, além de um texto de autoria de Antonio Candido publicado em O Jornal no ano de lançamento de Sagarana, no qual o eterno mestre da crítica literária brasileira saúda a estreia daquele que viria a ser um de nossos mais destacados escritores.

A capa foi concebida pelos designers gráficos Victor Burton e Anderson Junqueira e traz uma foto de autoria de Araquém Alcântara, um dos maiores fotógrafos de natureza do Brasil, tirada em 2012 no município de Jaíba, Minas Gerais.


Sobre Manuelzão e Miguilim

Reunindo duas narrativas que apresentam instantes extremos dos caminhos da existência humana, Manuelzão e Miguilim configura-se em um edifício de alta densidade literária, construído com a engenhosidade ímpar de João Guimarães Rosa.

Em “Campo Geral”, os leitores experimentam o mundo pelos olhos do menino Miguilim que, em seu cotidiano vivido no seio de uma família sertaneja, consegue, graças à sua curiosidade e inocência, enxergar — e espalhar — beleza nos lugares e situações que vivencia.

Em “Uma estória de amor”, a prosa rosiana nos conduz às reflexões que brotam do coração sofrido do vaqueiro Manuelzão por ocasião da festa que marca a inauguração de uma capela que ele constrói em memória de sua mãe. Na cabeceira de sua vida, Manuelzão sente ter chegado o momento de apropriar-se de sua história.

Esta nova edição traz, ao ao fim do livro, um texto da escritora Henriqueta Lisboa, no qual ela empreende uma análise precisa e delicada sobre os escritos de Guimarães Rosa, mais especificamente sobre a novela “Campo Geral”. Ademais, a cronologia completa da obra Rosiana.

A foto de capa é do fotógrafo Araquém de Alcântara, produzida em 2014, na Fazenda Jaíba, localizada na cidade de Montes Claros, no estado de Minas Gerais.

Sobre o autor:

João Guimarães Rosa | Foto: Reprodução

João Guimarães Rosa nasceu em 27 de junho de 1908 em Cordisburgo, Minas Gerais, e faleceu em 19 de novembro de 1967, no Rio de Janeiro. Publicou em 1946 seu primeiro livro, Sagarana, recebido pela crítica com entusiasmo por sua capacidade narrativa e linguagem inventiva. Formado em Medicina, chegou a exercer o ofício em Minas Gerais e, posteriormente, seguiu carreira diplomática. Além de Sagarana, constituiu uma obra notável com outros livros de primeira grandeza, como: Primeiras estórias, Manuelzão e Miguilim, Tutameia — Terceiras estórias, Estas estórias e Grande sertão: veredas, romance que o levou a ser reconhecido no exterior. Em 1961, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra literária.

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