[Quotes] Prisioneiras, livro de Drauzio Varella - Tomo Literário

[Quotes] Prisioneiras, livro de Drauzio Varella

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O livro Prisioneiras, de Drauzio Varella, é o terceiro de uma trilogia feita pelo autor. O primeiro foi Estação Carandiru e o segundo volume chama-se Carcereiros, todos lançados pela Companhia das Letras. Ao ler Priosioneiras destaquei alguns trechos que nos faz refletir e dá para sentir o clima da obra. Separei dez deles e gostaria de compartilhar com os leitores. Confira:

“Nas leis do crime, o certo e o errado não deixam margem de dúvida – não existe zona cinzenta entre o preto e o branco.”

“Ao contrário de nosso Código Penal, sujeito a inúmeras atenuantes, agravantes, apelações e jurisprudências contraditórias, o da bandidagem é de tradição oral e prevê todas as contravenções imagináveis. A burocracia é mínima, os julgamentos rápidos, as penas são de execução imediata e jamais prescrevem.”

“Um observador desavisado ficaria revoltado com tamanha cegueira da justiça. A julgar pelas histórias que as mulheres contam, nenhuma é culpada de coisa alguma.” (Aqui vale mencionar que a frase está aplicada num contexto de explicar a diferença entre presos masculinos e as presidiárias. Há homens que vangloriam-se de seus crimes, no entanto, a maioria das mulheres, segundo observação do autor, fazem de tudo para esconder a autoria das contravenções e dos crimes praticados).

“De todos os tormentos do cárcere, o abandono é o que mais aflige as detentas. Cumprem suas penas esquecidas pelos familiares, amigos, maridos, namorados e até pelos filhos. A sociedade é capaz de encarar com alguma complacência a prisão de um parente homem, mas a da mulher envergonha a família inteira.”

“... a mesma sociedade que se queixa da vida ociosa dos presidiários e dos custos do sistema lhes nega acesso ao trabalho.”

“Ainda está para ser criada a cadeia livre de drogas ilícitas.”

“Se o silêncio é de ouro, como diz o povo, a penitenciária é uma Serra Pelada às avessas. Comparada a ela, feira de peixe é clausura de monges no Tibete.”

“Tenho repugnância e desprezo visceral por homens que abusam sexualmente de mulheres.”

“No Brasil, a superlotação e os índices de reincidência atestam que nossos presídios se prestam apenas à função de castigar os apenados.”

“Violência de gênero é flagelo que de uma forma ou de outra atinge todas as mulheres brasileiras, mas o ônus se concentra de maneira desproporcional entre as mais pobres e as negras, como constatam as estatísticas. É nas áreas periféricas das cidades que o despotismo masculino exibe sua face mais brutal.”

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